quinta-feira, 2 de maio de 2013

“Não me vejo cantora de MPB” diz Sandy



Em passagem por Goiânia, Sandy afirma que encontrou seu estilo com música menos popular.
KATHERINE ALEXANDRIA

Mais próxima de seu público e de seu estilo, a cantora Sandy se apresentou no último sábado (27) em Goiânia. Em entrevista coletiva antes do show, ela afirmou estar feliz com o tamanho da carreira e com o estilo que escolheu para cantar e compor. Mais autoral e segura da intérprete que é, ela dominou o palco com a experiência de 22 anos de carreira em seu segundo trabalho solo. “O que eu sei fazer e o que eu acho que faço melhor é o estilo de música que eu faço atualmente. É o que me realiza.” 


Feliz com as escolhas que fez, a irmã de Júnior diz que com o novo CD, Sim – com lançamento previsto para maio –, dará continuidade ao caminho que escolheu após o fim da carreira em dupla. “Eu não podia cantar bossa nova. Amo bossa nova, jazz, mas não é isso que eu sou como cantora e compositora. Pode ser que futuramente eu faça projetos mais na linha do jazz e da bossa nova, mas sempre paralelos. Eu não me vejo virando uma cantora de MPB”, explica a cantora que já no fim da dupla participou de projetos solo com esses estilos de música.

Apesar de não escolher esse caminho, com Tom Jobim, Lulu Santos e Nando Reis no repertório de show, a artista expõe o gosto pessoal, que de certa forma influencia seu trabalho. “Estou mais ou menos em um caminho próximo e acho que tem uma identificaçãozinha harmônica entre a minha música e a MPB, mas não me vejo fazendo isso como um projeto principal”, explica após definir seu trabalho como um “pop alternativo” – que considera uma mistura de várias influências, ou mesmo o seu próprio estilo –, mas distante do pop de Sandy e Júnior.

“Já vivi um pouco dessa carreira solo e hoje as coisas foram consolidando um pouco mais na minha trajetória e dentro de mim mesma”, avalia após quase quatro anos da produção do primeiro álbum, Manuscrito, quando começou a buscar o som que iria fazer. “Agora, faço uma música que é menos popular e, automaticamente, é para um público menor. Estou amando essa mudança, porque isso combina muito com o que eu sou como pessoa.”

Multidões

Com 30 anos, a cantora de números grandiosos, que já se apresentou no Rock in Rio, não se assemelha com a adolescente que levantava multidões e, longe disso, prefere a descrição e trabalho para público menor. “Naquela época eu era jovenzinha, gostava do oba-oba, da galera gritando. Fazia parte daquele momento que eu estava vivendo. Combinava comigo naquele momento e com meu irmão. O som que eu faço é o que eu sou hoje. Eu, aos 30 anos, sou essa pessoa. Não significa que naquela época eu não fosse aquilo. É que a gente vai amadurecendo, modificando e encontrando realmente nossa personalidade.”

A aproximação com o público também ajudou na descoberta da nova Sandy e na consolidação do caminho da artista. “As redes sociais ganharam muita força e aconteceu uma aproximação muito grande e natural do público com o artista. Mudou tudo, pra todo mundo eu acho. Mas pra mim mudou muito mais ainda porque saí de uma carreira com meu irmão onde a gente fazia show para 70 mil pessoas, 250 mil pessoas”, conta a cantora que agora é capaz de ouvir e sentir o público bem próximo.

“Hoje é muito diferente trabalhar nesse meio musical do que era trabalhar na época que fazia dupla com meu irmão. Claro que no final da carreira, mais perto de 2007, a gente já estava vendo as mudanças acontecerem, mas agora de fato já mudou”, avalia, falando do termômetro que possui no palco de casas menores e fora dele, com a internet.

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